segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A saga cigana A história e os segredos do povo mais misterioso do mundo

A saga cigana
A história e os segredos do povo mais misterioso do mundo
por Texto Luciano Marsiglia

Imagine um mundo em que as pessoas não tenham endereço fixo, documentos, conta em banco, carteira assinada nem história. E que a vida deles passe despercebida, como se não existisse. Que a única certeza é que nunca faltará preconceito e ignorância, medo e fascínio, injustiças e alegrias ao longo de sua interminável jornada. Bem-vindo ao mundo cigano.
Ou melhor: à imagem que temos dele. O universo cigano é tão antigo e extenso, tão cheio de crenças e histórias que nem mesmo seu próprio povo conhece bem o limite entre verdade e lenda. É que o nome “cigano” designa muitos povos espalhados por quase todas as regiões do mundo. Povos com diferentes cores, crenças, religiões, costumes, rituais, que, por razões às vezes difíceis de compreender, foram abrigados sob esse o imenso guarda-chuva (assim como populações muito diferentes são chamadas de índios).
A história dos ciganos é toda baseada em suposições. E a razão é simples: faltam documentos. Os ciganos são um povo sem escrita. Eles nunca deixaram nenhum registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão – os ciganos vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se esforçam por se manterem unidos. A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte – eliminando todos os pertences do falecido – dificultam ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa.
Uma teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas. A partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país. De lá, emigraram para a Pérsia, onde hoje fica o Irã. A natureza nômade de muitos grupos ciganos, entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.
É provável que, pelo caminho, por volta do século 15, tenham passado pelo Pequeno Egito, uma região do Peloponeso, no interior da Grécia. Pelo menos era de lá que eles diziam vir a quem perguntava a sua origem. Daí o nome gypsy (em inglês), ou gitanos (em espanhol). Mas, antes disso, ainda no século 13, um documento escrito por um patriarca de Constantinopla já advertia sobre a presença dos adingánous, um povo errante que, dizia, ensinava coisas diabólicas. O registro é o primeiro a tratar os ciganos de forma pejorativa e a registrar o medo que as cidades européias sentiam de suas caravanas. Era o começo da sina cigana.
“Desde o início do contato com o Ocidente, eles foram causa de conflitos, provocadores de desordem e subversivos ao sistema. E sofreram todo tipo de perseguições religiosa, cultural, política e racial”, diz Aluízio Azevedo, mestre em história cigana pela Universidade Federal de Mato Grosso e ele mesmo um cigano calon (veja no quadro ao lado os principais grupos ciganos). É difícil saber o que veio primeiro: hábitos pouco ortodoxos ou o preconceito em relação a uma cultura tão diferente. Os ciganos tinham a pele escura, muitos filhos, uma língua indecifrável e origem desconhecida. Talvez a falta de oportunidades de emprego tenha sido a causa do seu destino artístico. Eram enxotados e então se mudavam, levando novidades dos lugares de onde vinham. Assim, surgiu a fama de mágicos, feiticeiros. Se todos acreditavam nisso, por que não aproveitar para fazer dinheiro? E, então, as mulheres passaram a ler as mãos, a prever o futuro. Negociar objetos era outra forma de sobrevivência: os ciganos tinham acesso a mercadorias “exóticas” e podiam levar sua tralha para onde quer que fossem.
Os bandos que chegavam ao continente europeu eram liderados por falsos condes, duques ou outros títulos de nobreza. Observando os peregrinos europeus, que entravam e saíam facilmente das cidades, copiaram a idéia de salvo-conduto – uma espécie de pai do passaporte. Os ciganos inventavam que seus documentos haviam sido expedidos por Sigismundo, rei da Hungria. Justificavam a vida nômade dizendo que bispos os haviam condenado a peregrinar durante 7 anos como penitência pelo abandono da fé cristã. Alguns dos salvos-condutos permitiam até que furtassem quem não lhes desse esmolas. Uma tática para aumentar a chance de ser aceitos nas comunidades, fazer negócios e exibir seus dons artísticos. Até que a farsa acabava e eles pulavam novamente para outra cidade.
Durante a Reconquista Cristã de 1492, na península Ibérica, árabes, judeus e ciganos foram expulsos – muitos deles vieram para as Américas. Um século mais tarde, eram varridos da França, por Luís 12, e da Inglaterra, por Henrique 8o. Logo depois, a rainha Elisabeth 1a decretou que ser cigano era crime punido com morte. Uma das lendas que surgiram nessa época, e que até hoje perdura, é a de que um dos ferreiros que fizeram os pregos que prenderam Jesus na cruz era cigano. Por isso, sua gente teria sido amaldiçoada com uma vida nômade. E dessa forma construiu-se a imagem de povo errante, místico, perigoso e contraventor. Assim, no contato com as imagens construídas e alimentadas no Ocidente, foi criado o conceito de um povo cigano.
E o que é ser cigano?
Definir a identidade cigana é bem mais difícil do que parece. Subdivididos em 3 principais etnias (rom, calon e sinti), eles não constituem um povo homogêneo. Nem todos são nômades. Nem todos falam romani. Nem todos dançam ao redor de fogueiras ou usam roupas coloridas. Podem ser pobres ou ricos. Podem ser cristãos, muçulmanos, judeus. O que faz deles um povo é uma sensação comum de não serem gadgés – como eles chamam os não-ciganos – e de se identificarem como rom, calon ou sinti. “O termo ‘cigano’ só funciona nessa oposição”, diz o pesquisador Frans Moonen, autor do livro Anticiganismo – Os Ciganos na Europa e no Brasil.
Mas, apesar de todas as divergências, algumas características permitem traçar um perfil comum a esses grupos. A primeira delas é o espírito viajante. Ainda que nem todos sejam nômades, os ciganos não se sentem pertencentes a um único lugar. Não criam raízes, não têm uma noção concreta de propriedade – estão sempre fazendo negócios com seus pertences, preferencialmente em ouro, que não perde valor e é aceito em qualquer nação (por isso a imagem cigana é vinculada ao uso do ouro como adereço, especialmente nos dentes das mulheres). Eles não gostam de se submeter a leis e a regras que não sejam as deles. Prezam, acima de tudo, a liberdade. Assim, podem até se estabelecer por muito tempo em um mesmo lugar (como é comum entre os sinti). Mas, nesse caso, procuram morar em uma mesma rua ou, de preferência, em acampamentos onde possam preservar sua autonomia e manter a unidade familiar – outro aspecto primordial na vida cigana.
É em torno da família que uma comunidade cigana se organiza. Há um líder, sempre um homem, nomeado por mérito e não por herança. Ele é escolhido levando em conta vários aspectos. Um deles, importantíssimo para conseguir alugar um terreno, montar um circo ou participar de feiras, é ter um documento de identidade, o que se tornou um verdadeiro desafio – o cigano não consegue registrar o nascimento dos filhos porque não possui documentos próprios, em um processo sem fim. Também deve ser um bom interlocutor entre o poder público e seu grupo, além de ter habilidade para resolver os problemas internos do acampamento. É ele quem dita as regras, divide as tarefas, cria as leis do grupo.
A sociedade cigana é patriarcal, quase machista. Ao se casar, o homem vira o responsável pelo sustento do lar. A mulher passa a morar com a família do marido e deve cuidar dele, dos sogros, da casa e dos filhos. Isso costuma acontecer cedo, ainda na adolescência: logo após a primeira menstruação, a menina já é considerada apta para casar e ter filhos. A noiva deve ser virgem. Tradicionalmente, sua pureza é comprovada em um dos rituais da longa festa de casamento, em que o lençol da noite de núpcias é exibido para toda a comunidade. Antigamente, os pais do noivo deviam pagar um dote à família da moça, mas esse hábito já não existe mais na maior parte dos acampamentos.
O casamento entre primos, no entanto, continua sendo estimulado, também na tentativa de preservar o núcleo familiar. É natural que em comunidades nômades seja mais difícil acontecer um casamento entre ciganos e gadgés. Mas é possível e permitido. Nesse caso, o homem ou a mulher deve mudar de vida. Ser cigano não depende do sangue – se o gadgé optar por se integrar ao grupo, automaticamente vira um deles.
À medida que se estabeleceram na Europa e nas Américas, os ciganos assimilaram cerimônias e ritos ocidentais. No Brasil, por exemplo, o catolicismo foi adotado pela maioria (é comum encontrar imagens da Nossa Senhora Aparecida nas barracas). Mas algumas tradições permanecem fortes. A simbologia da morte é a principal delas. “Quando um cigano morre, há um processo de morte que se instala em todos os indivíduos do grupo”, afirma Aluízio. Os calon realizam rituais de cura assim que é diagnosticada a doença. Além de aceitar a medicina tradicional, eles recorrem a rezas, correntes de orações, garrafadas de ervas, chás e simpatias, geralmente ministradas por uma curandeira do grupo.
Durante o velório, o morto é o centro do ritual e, dependendo da posição que ele ocupava, a família se reestrutura: uma nova liderança terá que ser eleita. O corpo do falecido é lavado, untado com ervas aromáticas e vestido adequadamente. Esse momento de sofrimento e cumplicidade é importante para a identidade do grupo. Como em outras culturas, percebe-se a possibilidade de transcendência. No caso dos ciganos, esse é o momento de encontrar a sua alma naturalmente viajante.
Em alguns acampamentos, eliminam-se todos os pertences do morto. Até o seu trailer chega a ser queimado. “É como um corte na história. Nada é guardado, não se resgata o passado”, diz Florencia Ferrari, estudiosa do assunto e autora do livro Palavra Cigana. Depois da morte de um membro, muitos grupos ciganos se mudam para outro acampamento.
Os ciganos hoje
Imagina-se que existam 15 milhões de ciganos espalhados pelo mundo. Como tudo relacionado a esse universo, essa é só uma estimativa – eles vivem à margem da sociedade e não costumam participar de pesquisas de censo demográfico.
E isso, por si só, já é uma polêmica. Em maio deste ano, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, autorizou que fosse feito um censo especial para mapear a presença de ciganos sem moradia fixa na periferia das grandes cidades italianas. O censo incluiria dados como etnia, religião e impressão digital – que não são exigidos na identidade dos italianos. Os ciganos saíram às ruas em protesto, argumentando que essa seria uma ferramenta racista e discriminatória.
A medida foi considerada ilegal pelo Parlamento Europeu, já que impõe exigências desiguais a cidadãos do bloco. Mas os ciganos continuam com medo de ser expulsos do país, ainda que um terço dessa população não seja nem mesmo imigrante.
O receio é justificável: desde o século 15 os ciganos não têm um momento de folga. Até o século 19, eles foram escravizados na região onde hoje é a Romênia. Durante a 2a Guerra Mundial, foram perseguidos pelos nazistas, sendo, de acordo com alguns historiadores, o povo mais dizimado pelo Holocausto: do 1 milhão de ciganos que vivia na Europa, 500 mil foram assassinados. Muitos dos sobreviventes emigraram para os EUA, daí a lei que impedia sua entrada no estado de Nova Jersey, que só foi abolida nos anos 90.
“Na Europa, em praticamente todos os países, os ciganos são a minoria mais discriminada, muito mais do que os judeus ou os negros”, diz Moonen. E no Brasil não é muito diferente. O primeiro grupo de ciganos, de maioria calon, chegou por aqui no século 16, deportados de Portugal. Os rom vieram de forma voluntária a partir da 2a metade do século 19. Naquela época, eram comerciantes ambulantes de escravos, cavalos e artesanatos. Hoje compram e vendem carros, televisores e toalhas. Os mais recentes, às vezes bem pobres, vieram do Leste Europeu após a derrocada da União Soviética. Alguns são sedentários, mas a maioria se mantém na vida itinerante. Todos sofrem com desconfianças e preconceitos.
A cidade de Sousa, no interior da Paraíba, é um caso clássico. Os cerca de 450 ciganos fixados há anos por lá não recebiam entregas de correio nem tinham o lixo coletado em seu acampamento. Curiosamente, muitas escolas recusavam a matrícula de crianças ciganas. O caso ficou bem conhecido na região: foi necessária a intervenção da Procuradoria da República da Paraíba para resolver a questão.
Tanto no Brasil quanto na Europa, o analfabetismo entre os ciganos é alto. Por aqui, segundo a historiadora Isabel Fonseca, 3 em cada 4 mulheres ciganas são analfabetas. Por lá, escolas que só aceitam ciganos têm os piores níveis de qualidade. A falta de estudo e a vida à margem os empurram cada vez mais para a criminalidade, o que alimenta as visões deturpadas e generalizadas que sobrevivem desde os primeiros contatos entre ciganos e europeus. Enquanto não forem compreendidos, eles se mudarão e começarão tudo de novo. Seguirão vivendo sua saga cigana.
“Parece que os ciganos vieram ao mundo somente para ser ladrões: nascem de pais ladrões, criam-se com ladrões, estudam para ser ladrões (...).”
– La Gitanilla, Miguel de Cervantes, 1613.

Iguais, mas diferentes
Quem são os 3 principais grupos ciganos
Rom ou Roma
Predominantes nos países balcânicos, principalmente na Romênia, falam romani, a mais conhecida das línguas ciganas, e são o grupo mais estudado pelos pesquisadores. São divididos em subgrupos: kalderash, matchuaia, curcira, entre outros. Consideram-se os “ciganos autênticos”.
Sinti
Também chamados de manouch, são mais numerosos na Itália, no sul da França e na Alemanha. Falam a lingua sintó, para alguns pesquisadores, uma variação do romani. Não há estudos que apontem a presença significativa desse grupo no Brasil.
Calon ou Kalé
Conhecidos por “ciganos ibéricos”, já que viviam na Espanha e em Portugal antes de se espalhar pelo resto da Europa e da América do Sul. São os criadores do flamenco e responsáveis pela popularização da figura da dançarina cigana. Falam a língua caló e são o grupo mais numeroso do Brasil.

Verdade ou mentira?
A origem das histórias do imaginário cigano
Ciganas lêem a sorte
Amparados pelo mistério que os rodeava, os ciganos perceberam que poderiam utilizar a curiosidade dos povoados sobre o futuro como um modo de fazer negócio e ganhar dinheiro. A crença virou parte da cultura cigana. Hoje, as ciganas lêem até mesmo a sorte de outras mulheres do grupo, mas, nesse caso, sem dinheiro envolvido.
Ciganos roubam crianças
Essa crença pode ter vindo do hábito dos ciganos de circo de incorporar à trupe crianças órfãs ou abandonadas que se encantavam pelo seu estilo de vida. Mas o mais provável é que o medo daquele povo desconhecido o tenha transformado em uma espécie de bicho-papão para os europeus.
Ciganos são negociantes
É possível que sua vida errante tenha favorecido atividades relacionadas ao comércio. Além de terem acesso a objetos “maravilhosos” dos lugares por que passavam, conseguiam carregar a sua forma de sustento numa mala sempre que precisavam levantar acampamento.
Ciganos são trapaceiros
Na Idade Média, aquelas pessoas exóticas e desconhecidos eram vistas como bruxas (muitas foram queimadas durante a Inquisição). A vida à margem da sociedade muitas vezes os empurrava à criminalidade. As outras formas que encontravam para ganhar dinheiro – comércio e leitura de mãos – colocavam à prova sua honestidade. Essa confluência de fatores pode ter criado a imagem do cigano trapaceiro.
Ciganos falsificam ouro
Tradicionalmente, muitos grupos ciganos dominam o trabalho com metais. Algumas etnias carregam isso até no nome, como os kalderash (“caldeireiros”, em romani). No Brasil, os ciganos participaram da exploração de minas de ouro no século 18. Junte-se tudo isso à fama de trapaceiros e fica fácil entender a crença de que eles falsificam metais.
Ciganos honram a palavra
Como são um povo sem escrita, as leis ciganas são regidas com base na palavra dada. O não-cumprimento de uma regra ou de um acordo representa uma grande ofensa à sociedade cigana, e quem o faz é desmoralizado perante o grupo.

Para saber mais

Anticiganismo – Os Ciganos na Europa e no Brasil
Frans Moonen, Centro de Cultura Cigana, 2008.dhnet.org.br/direitos/sos/ciganos/index.html
História do Povo Cigano
Angus Fraser, Teorema (Portugal), 1997.



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A RELIGIÃO CIGANA

A RELIGIÃO CIGANA


Os Ciganos não tem uma religião própria, não reconhecem um deus próprio, nem sacerdotes, nem cultos originais. Parece singular o fato de que um povo não tenha cultivado no decorrer dos séculos crenças particulares em mérito à divindade, nem mesmo formas primitivas de tipo antropomórfico ou totêmico. O mundo do sobrenatural é constituído pela presença de uma força benéfica, Del ou Devél, e de uma força maléfica, Beng, contrapostas entre si numa espécie de zoroatrismo, provável resíduo de influências que esta crença teve sobre grupos que em época remota atravessaram a Pérsia. Existem pois, nas crenças ciganas, uma série indefinida de entidades, presenças que se manifestam sobretudo à noite. Quanto à religião, em geral os Ciganos parecem ter-se adaptado no decorrer da história às confissões vigentes nos países que os hospedaram, mas sua adesão parece ser exterior e superficial, com maior atenção aos aspectos coreográficos das cerimônias, como procissões, peregrinações, próprias de uma religiosidade popular ainda largamente cultivada no âmbito católico.Um sinal de mudança se dá pela difusão do movimento pentecostal, ocorrida a partir dos anos 50, através da Missão Evangélica Cigana, surgida na França. Em seguida a isso, registram-se todavia profundas lacerações no interior de muitas famílias, devido às radicais mudanças de costume que tal adesão impõe e que encontram explicação na natureza fundamentalista do movimento religioso em questão. Tais imposições muitas vezes acabam por induzir os Ciganos a uma recusa de suas peculiaridades culturais, ainda que dependa muito da capacidade de crítica e de discernimento de cada indivíduo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

QUEM SÃO E DE ONDE VÊM OS CIGANOS?

Quem são e de onde vêm os ciganos?
Ainda hoje, a origem desse povo continua envolta em mistério. Suas histórias sempre foram transmitidas de geração para geração pela tradição oral, o que cria muitas lendas e não deixa registros precisos. Alguns especialistas acreditam que eles surgiram na Índia, já que o idioma falado pelos ciganos tem muitas semelhanças com várias línguas do subcontinente indiano. Mas também existem indícios que apontam para outra região. "Nas antigas lendas ciganas, constatamos referências bíblicas que podem nos direcionar a uma origem na Caldéia (região que hoje pertence ao Iraque) e não na Índia. Outro ponto significativo é a crença em um único Deus criador, Devel, o que os aproxima da história de povos semitas, ao contrário do que seria esperado de uma origem indiana, com suas várias divindades", afirma a geógrafa Solange Lima Guimarães, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), autora de uma tese de doutorado sobre os ciganos.
Caso eles possuam mesmo raízes no Oriente Médio, é provável que tenham surgido alguns milênios antes de Cristo. Qualquer que seja o ponto de partida, sabe-se que eles se deslocaram do Oriente para o Ocidente até chegarem à Europa no fim do século XIV. Nessa época, os ciganos foram perseguidos pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé. Como conviviam tanto com mouros quanto com cristãos, os ciganos oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia. O pior é que os preconceitos em relação à religiosidade, à cultura e ao modo de vida nômade desse povo não ficaram restritos à Idade Média. Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa.
Hoje, calcula-se que existam de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia. Durante as andanças pelo mundo, eles influenciaram a cultura de várias regiões. Um bom exemplo vem da Espanha, onde a rica tradição da música e da dança ciganas deu origem ao flamenco.
Migração intercontinental - Os ciganos só chegaram à Europa no século XIV Não se sabe se os ciganos surgiram na Índia ou no atual Iraque, mas de um desses dois pontos eles rumaram para o Ocidente, chegando à Europa pela região da Armênia, por volta do século XIV. De lá, atravessaram o continente até alcançarem as ilhas britânicas e a península Ibérica. No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa e deles seguiram para colônias na América e na África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574.


domingo, 22 de setembro de 2013

PRINCÍPIOS DA CRISTALOMANCIA CIGANA

PRINCÍPIOS DA CRISTALOMANCIA CIGANA

Uma das artes divinatórias menos conhecidas, mas praticadas por grupos de ciganos espalhados por todo o mundo é a da cristalomancia, ou uso dos cristais para aumentar o poder de percepção em todos os sentidos. Também chamada de Cristaloterapia, essa ciência fornece elementos para usos diversos dos cristais, possibilitando um meio fácil, simples e sem contra indicações para amenizar certos tipos de doenças, principalmente aquelas decorrentes do desequilíbrio entre homem e natureza ou entre o físico e o espiritual. No uso dos cristais, um detalhe precisa ser observado, pois a graduação da cor influi no processo terapêutico ou na ação desejada. Podemos resumir assim essa ação:
Tom claro: resultado moderado, mas prolongado.
Tom normal: resultado esperado.
Tom escuro: resultado rápido, mas passageiro.
Na escolha da tonalidade do cristal a ser utilizado está o segredo de seus resultados.  Uma das imagens mais conhecidas a respeito das ciganas e de seus conhecimentos de artes mágicas é a da Cigana com a Bola de Cristal, tornada clássica em filmes e livros por todo o mundo. Trata-se de uma habilidade que não é ensinada nem é aprendida e já nasce com a mulher cigana. A cada dez anos, em média, nasce uma sensitiva capaz de ver com e através do cristal.
Assim sendo, para as pessoas comuns, os cristais continuam sendo segredo, mas isso não significa que seu poder não possa ser aproveitado por aqueles que o desejarem. Dentro dos conhecimentos dos ciganos a respeito do assunto há milhares de rituais com cristais, acessíveis aos não iniciados no assunto. Muitos deles podem ser feitos sem maiores preocupações, apenas utilizando-se os conhecimentos básicos. Antes de se dedicar ao uso dos cristais e de suas diversas propriedades, é importante saber alguma coisa a respeito do assunto para não cometer enganos que possam ser prejudiciais.
Os ciganos amealharam um conhecimento enorme a respeito do assunto, em sua passagem pelos países mais importantes da antigüidade. Se você sabe hoje qual é a pedra de seu signo e suas propriedades, já deve ter se perguntado como essa escolha foi feita. Muita gente usa a pedra sem o saber e outras usam a pedra errada até, o que é pior. Entre as ordens que Moisés recebeu do Senhor, houve a de preparar as vestes dos sacerdotes, que deveriam ter, no peitoril, engastadas em ouro, as seguintes pedras, nesta ordem: Sárdio(calcedônia), topázio, carbúnculo,esmeralda, safira, diamante, jacinto, ágata, ametista, berilo, ônix e jaspe.
Estas doze pedras foram consideradas pela Alquimia e pela Magia Branca como ligadas aos signos, na ordem como foram apresentadas em Êxodos 39, sendo a primeira atribuída a Áries e as demais, pela ordem, aos demais signos. Procure adquirir uma pedra do seu signo. Não compre a primeira que lhe puserem pela frente. Pegue diversas delas. Coloque-as na mão, procurando sentir suas vibrações. Os ciganos costumam afirmar que você não escolhe o seu cristal, mas ele, sim, é que faz a escolha. Assim, quando descobrir a pedra certa, você saberá.Antes de usar sua pedra para qualquer fim, é necessário fazer sua purificação, pois ela traz consigo energias de todas as pessoas que a tocaram. Essa purificação é uma limpeza geral que a tornará apta a captar a energia de seu proprietário e ativar suas propriedades em função dele. É mais ou menos como programar um computador para responder apenas aos seus comandos.A purificação de um cristal para ser utilizada exige que algumas etapas sejam observadas e cumpridas rigorosamente. Só assim ela poderá ser considerada apta para receber e analisar todas as energias necessárias à ação que dela será exigida. A purificação pode ser processada através quatro Elementos: o fogo, a terra, o ar e a água. Para fazê-la completa, o processo todo deve ser iniciado no terceiro dia da Lua Cheia. Nesse dia, antes do nascer do sol, o cristal será passado pela chama de uma vela, obedecendo os movimentos em relação aos quatro pontos cardeais, iniciando-se esses movimentos com o cristal se movendo na direção do Norte e retornando para o Sul. Indo para o Leste e retornando para o Oeste. Repetir por sete vezes, fazendo as chamadas Viagens Iniciáticas do Cristal. Feito isso, ele deverá ser enterrado num local ligeiramente úmido, antes do sol nascer e ficar ali até o pôr-do-sol. Retirá-lo e deixá-lo ao ar livre, de molho num copo ou numa vasilha de vidro transparente, com água e sal grosso cobrindo-o. Ali ele deverá ficar por toda a noite. No dia seguinte, antes do nascer do sol, lavá-lo em água corrente, esfregando sal marinho, depois enxugá-lo com um pano branco limpo e levá-lo ao sol, embrulhado no mesmo pano. Pôr sobre um suporte de madeira e abrir o pano para que o sol ilumine o cristal. A partir desse momento, o cristal não deverá mais ser tocado pelas mãos nuas de mais ninguém. Se isso ocorrer, todo o processo terá de ser refeito. Após o resto do dia ao sol, ele será retirado, embrulhado no pano branco e guardado numa caixa ou recipiente de madeira, até o momento do uso. Mensalmente, sempre no terceiro dia da Lua Cheia, exponha seu cristal pessoal à luz do luar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O HINO CIGANO

O Hino Cigano

No Primeiro Congresso Mundial Cigano - realizado em Londres, em 1971 - ( Internacional Gypsy Committee Organized no " First World Romani Congress " )    Jarko Janovic, um cigano iugoslavo,  compôs o Hino Cigano Internacional (Djelém, Djelém) que narra o sofrimento aos quais os ciganos foram submetidos nos campos de concentração nazistas durante a II Guerra Mundial. O hino descreve este momento e a admirável capacidade dos ciganos de erguer a cabeça e não se deixar abater facilmente, voltando para as estradas da vida e seguindo seus caminhos.  



ESCUTE O HINO CIGANO AQUI : 
http://www.youtube.com/watch?v=2W3xiNt25Ds
                                     
Em Romaní  (idioma dos ciganos)
Djelém, Djelém (OPRÉ ROMÁ)
Djelém djelém lungóne droméntsa,
Maladilém baxtalé Rroméntsa.
Ah, Rromalé, katár tumén avén,
E tsahréntsa, baxtalé droméntsa.
Ah, Rromalé,
Ah, Chavalé.
Vi man sasí ekh barí famílija,
Mudardá la e Kalí Legíja;
Avén mántsa sa e lumnjátse Rromá
Kaj phutajlé e rromané droméntsa.
Áke vrjáma, ushtí Rromá akaná,
Amén xudása mishtó kaj kerása.
Ah, Rromalé,
Ah, Chavalé.

Tradução para o Português
 Andei, Andei (LEVANTEM-SE ROM)
Andei, andei por longas estradas,
E encontrei os de sorte.
Ai ciganos, de onde vocês vem
Com suas tendas e crianças famintas?
Oh, velhos ciganos,
Oh, jóvens ciganos.
Eu também tive uma grande família,
Mas a Legião Negra a exterminou;
Homens e mulheres foram mortos
E também crianças pequenas
Ai velhos ciganos, ai jovens ciganos
Abra Senhor, as portas escuras
para que eu possa ver onde está minha gente
Voltarei a percorr os caminhos e
Andarei com os ciganos de sorte
Ai velhos ciganos, ai jovens ciganos
É hora, levantemo-nos,
É chegado o momento de agir.
Venham comigo ciganos do mundo
Ai velhos ciganos, ai jovens ciganos.

PARTITURA DO HINO CIGANO ( clique em cima para ver tamanho original )




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

BANDEIRA CIGANA

A Bandeira Cigana

Esta bandeira foi instituída como símbolo internacional de todos os Ciganos do mundo no ano de 1971,
pela Internacional Gypsy Committee Organized no " First World Romani Congress " -
Primeiro Congresso Mundial Cigano -
realizado em Londres.

A roda vermelha no centro da bandeira simboliza a vida, representa o caminho a percorrer e o já percorrido.  A tradição, como continuísmo eterno, se sobrepõe ao azul e ao verde, com seus aros representando a força do fogo, da transformação e do movimento.
O azul representa os valores espirituais, a paz, a ligação do consciente com os mundos superiores, significando libertação e liberdade.O verde representa a Mãe Natureza, a terra, o mundo orgânico( subterrâneo), a força da luz do crescimento vinculado com as matas, com os caminhos desbravados e abertos pelos Ciganos.  Representa o sentimento de gratidão e respeito pela terra, de preservação da natureza pelo que ela nos oferece,
proporcionando a sobrevivência do homem e a obrigação de ser respeitada pelo homem,  que dela retira seus suprimentos, devendo mantê-la e defendê-la. 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

OS PRECEITOS DOS KAKUS

Os preceitos dos kakus

Os kakus elaboram um total de 68 preceitos, que devem reger a vida de um homem (gadjo). Aqui cito apenas três. Porém, o terceiro eu acho mais importante.

1) A cólera desmascara aquele que é vítima dela. Desconfie sempre das pessoas que te despertam a ira, pois elas tiram proveito dela.

2) Deve-se amar o próprio pai, sem, entretanto, deixar de julgá-lo.

3) Não busques no álcool as coragens que só existem na tua imaginação; evita que a covardia se apodere de ti.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

OFERENDA PARA O DIA DE SANTA SARA - 24 E 25 DE MAIO

Oferenda para o dia de Santa Sara - 24 e 25 de maio

   ·        1 tacho grande
   ·        12 pedras: 1 quartzo-rutilado
   ·        1 granada
   ·        1 lápis-Iazuli
   ·        1 água-marinha
   ·        1 citrino
   ·        1 quartzo rosa
   ·        1 aventurina verde
   ·        1 calcita dourada
   ·        1 olho de tigre
   ·        1 olho de falcão
   ·        1 cristal canalizador
   ·        1 turmalina azul
   ·        1 tigela com água e açúcar e uma pitada de sal
·        12 moedas, sendo 6 antigas e 6 correntes
·        3 velas: 1 amarela, a azul e 1 rosa
·        1 incenso de jasmim
·        3 copos de água filtrada
·        3 rosas: 1 amarela, 1 branca e 1 rosa chá
·        1 cesta forrada de papel laminado dourado
·        Frutas, quibes, doces finos
·        1 metro de pano estampado (sem a cor preta)

COMO FAZER -
Na véspera do dia 23 de maio, coloque as pedras na vasilha de água, deixando no sereno até o dia seguinte. No dia 24, coloque as pedras no tacho, ponha as moedas por cima, e salpique com a essência de jasmim. Arrume a cesta a seu gosto, com as frutas doces. Coloque a cesta diante do tacho, na frente coloque o incenso. Arrume os copos em triângulo, pondo uma rosa em cada um deles. Atrás coloque as velas em forma de triângulo. Peça a Santa Sara o que deseja. No dia seguinte, leve a cesta a uma colina onde haja muito verde; acenda mais três velas. O tacho deve ficar em sua casa para a sua proteção.

O SINAL DO CORVO - JUSTIÇA

O SINAL DO CORVO - JUSTIÇA


O sinal do Corvo é formado por duas meias-luas, uma de face para outra. Evoca a JUSTIÇA. O corvo é o único animal que voa até morrer quando prejudica um semelhante. Para o povo cigano, é uma lição exemplar :  MAIS VALE MORRER, QUE VIVER SEM HONRA. Este deve ser o exercício da justiça e da empatia que rege a conduta do consultor de cartas ciganas.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

GATO PRETO NÃO DÁ AZAR

13/09/2013 07h26 - Atualizado em 13/09/2013 07h26

Dona de 7 gatos pretos em Mogi garante que animais não dão azar
Taróloga é procurada na sexta-feira 13 para esclarecer superstições. Ela adotou 7 gatos pretos e diz que os animais têm poder de cura.

Não passar por baixo de escadas, descer da cama com o pé direito e evitar cruzar com um gato preto. Quem nunca ouviu estas recomendações supersticiosas, principalmente em uma sexta-feira 13? Mas há quem garanta que a data não tem nada de anormal. A taróloga Roseli T Pereira de Souza é dona de sete gatos pretos e afirma: “Eles me dão sorte”, diz.
A mogiana trabalha como terapêuta holísca e está acostumada a ser procurada para sanar dúvidas sobre várias superstições, principalmente na data. “Gatos pretos não dão azar e nem mesmo são crueis. Eu tenho e não reclamo. Os egípcios veneravam os gatos e a deusa Bastet, que tem cara de gato e é protetora das mulheres grávidas”, comentou.
A taróloga conta que os gatos são animais de estimação das bruxas e servem como “filtros” que limpam o ambiente de energias ruins. “Eu tenho 29 gatos. Sete deles são pretos e estes são os mais intuitivos” declarou.
Segundo a bruxa, os gatos adivinham quando ela está sentindo dores, por exemplo. “Eu nem preciso falar nada. Eles deitam e lambem o local onde está doendo. Eu tenho um problema no joelho, por exemplo, e quando estou com dor, eles fazem isso. E é engraçado porque, em seguida, sinto um alívio”, detalhou.
Ela conta que adotou todos os gatos e os pretos, em especial, são as maiores vítimas de abandono, devido as superstições. “Muita gente não quer ficar com o animalzinho, principalmente preto, por acreditar que ele dá azar. Mas isso não tem fundamento. É só a cor do gato, não influencia em nada”.
Com exceção de um, os sete gatos pretos de Roseli tem nome de gente: Maurício, Gustavo, Renata, Aninha, D'Artagnan, Alice e Moleque. “O Maurício é o mais velho, encontrei ele na rua há uns quatro anos e meio. O  D'Artagnan é o recém chegado na casa, tem quatro meses. Eles me ajudam a limpar o ambiente. Quando chega algum cliente com energia muito carregada, eles ficam perto, absorvem, depois vão passear. Quando voltam, vão para o meu quarto, onde a energia é boa. É como se eles fossem uma esponja que suga a energia ruim e a descarrega em outro lugar”.

Superstição

A taróloga afirma que a sexta-feira 13, ao contrário do que muita gente acredita, pode sim ser um dia de sorte. “No Tarô, o 13 é representado pela Carta da Morte, que representa o renascimento e vida, transformação, o pensamento positivo. E isso pode marcar uma passagem interessante, principalmente para quem nasceu na data”.
Segundo Roseli, as pessoas que fazem aniversário nesta data são sistemáticas, práticas e com os pés no chão. O coordenador de programação Roberto Vicente Sant'Ana, o Bebeto, acrescenta outra característica: ser cético: “Meu aniversário já caiu em outras sextas-feiras 13, mas não me lembro de nada de anormal. A única coincidência é que vai demorar para meu aniversário cair em uma sexta-feira de novo”, brincou. Segundo o calendário, o dia 13 de setembro só cairá em uma sexta-feira novamente, em 2019.


OS 12 MANDAMENTOS CIGANOS

Os 12 Mandamentos Ciganos


1º- Amar a Deus acima de tudo e respeitar todos os Santos;
2º- Respeitar a Semana Santa;
3º- Respeitar todas as Religiões e credos que elevam o nome de Deus – Nosso Pai;
4º- Ajudar-se mutuamente;
5º- Amar e não desmerecer nenhuma criança;
6º- Respeitar os idosos e não desprezar a sua sabedoria;
7º- Não mostrar o corpo;
8º- Não se prostituir;
9º- Manter a fidelidade entre os casais;
10º- Não se envergonhar de sua origem;
11º- Não deixar de praticar o dom da adivinhação;
12º- Não trair seu povo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AMULETOS E ADORNOS CIGANOS

AMULETOS  E ADORNOS CIGANOS

Um cigano de verdade, sabe perfeitamente como combinar cores, estampas e tecidos de modo a atrair aquilo que deseja e para evitar o que não é favorável.
Quando se trata de Indumentária, os ciganos se trajam, na forma de um ritual cotidiano, que realizado com harmonia e concentração proporciona bem estar e desperta poderes mágicos.
Os adornos e enfeites,  mesmo quando usados discretamente, embelezam o corpo, fazem brilhar os encantos da alma e atraem grandes benefícios.
Como é bem reconhecido publicamente, o povo cigano gosta de usar diversos objetos e recursos variados para o adorno pessoal, diversos detalhes que encantam o ambiente e as pessoas produzindo efeitos de toda ordem que você possa imaginar.
Cada brinco, cada anel, pulseira, colar, pedra preciosa ou não, um pequeno broche ou o modo como amarra o lenço ao pescoço, alguma pintura ou marca sobre o corpo, um fino cordão amarrado ao dedinho do pé... minúcias, pormenores que certamente não passam desapercebidos aos olhos de um profundo observador, mas que para os menos instruídos, podem ser confundidos com tolices da vaidade.

JÓIAS
Chama sempre a atenção das pessoas as jóias que os ciganos usam, principalmente moedas e medalhas, algumas com símbolos que não são conhecidos pela maioria das pessoas, além de outros, já mais comuns, como os glifos dos signos (sinais gráficos que representam cada um dos signos do Zodíaco), os arquétipos (símbolos de conhecimento comum, como a pomba branca, simbolizando a paz, por exemplo), e outros símbolos.
Na realidade, tudo isso tem, para nós, uma outra denominação. São as chamadas imagens talismânicas que, funcionam como uma espécie de sintonizador e amplificador de forças e fluídos positivos que captamos e emitimos.
Falar nisso pode parecer um tanto vago, mas tente explicar a um nativo perdido no meio da floresta como funciona um rádio. É o mesmo que explicar modernamente o papel de uma imagem talismânica, só que temos uma vantagem: conhecemos o rádio e sabemos que aquelas peças mágicas têm o poder de captar ondas invisíveis no ar e transformá-las em som. Só que, para isso, não basta amontoar peças numa caixa. É preciso uma certa ordem. E isso os amuletos e talismãs também exigem.

ANÉIS
Para os ciganos, os anéis sempre tiveram um significado especial. É o símbolo do amor, da eternidade do casamento e um dos talismãs mais utilizados nas práticas mágicas.
Esse conhecimento e essa valorização do anel como peça importante de nossa cultura tem suas origens no Velho Egito, por onde passaram os ciganos há milhares de anos atrás.
No British Museum, da Inglaterra, á um anel de ouro, com um engaste liso e oval, onde consta a seguinte inscrição: "Maãt, a dourada dama de ouro das duas terras". Segundo estudos feitos, o anel foi feito entre 1000 e 1200 A.C., isto é, em torno de três mil anos.
O círculo sempre foi considerado um símbolo mágico, porque representa a vida, segundo os iniciados, já que não tem princípio nem tem fim, mas é uma constante renovação, algo em que os egípcios acreditavam piamente e no que investiram todo o seu conhecimento, chegando a um nível não mais alcançado por nenhum povo na preservação e mumificação dos corpos, para que um dia retornassem à vida.
Assim, nos amuletos e talismãs de origem cigana, anel, pulseiras e colares têm um significado especial porque representam o círculo e todo o conceito nele envolvido de eternidade, renovação e crença numa vida futura.

BRINCOS 
Entre os ciganos o uso de brincos é muito comum tanto entre as mulheres com entre os homens, ao contrário do pensamento de alguns gadjos, o brinco não anula a masculinidade de um homem, nem o diminui em nada, serve antes para aumentar os atributos de uma pessoa e pode trazer-lhe boas coisas.


ESTRELAS CIGANAS
O uso de amuletos e talismãs é muito comum entre os ciganos, muitos deles com estreita ligação aos elementos da Astrologia. É freqüente o uso de pingentes em colares e pulseiras, com representações dos astros: o Sol, a Lua, os Planetas e as Estrelas. Além dos poderes mágicos, essas representações canalizam poderosas forças cósmicas, agindo como protetores, anuladores de energia negativa, limpadores e  purificadores.
Dentre esses elementos, um dos mais conhecidos e utilizados pelos ciganos é a estrela, que aparece em inúmeras simpatias, nas mais diversas formas e sob os mais diferentes aspectos.
Uma das providências mais importantes nestas simpatias é fazer com que as medidas das estrelas utilizadas sejam sempre proporcionais, não se admitindo uma ponta maior que a outra, a menos que isso for assim determinado.Tratam-se de práticas simples, mas que exigem certo capricho por parte de quem delas se utilizar, para que o resultado final seja estético, harmônico e eficaz. Nos casos em que as cores são mencionadas, é preciso observar seu tom correto e a ordem em que devem ser utilizadas.