Artigo publicado em 21 de Outubro
de 2013 - Atualizado em 21 de Outubro de 2013
Justiça manda destruir maior
acampamento de ciganos de Marselha
Nesta
segunda-feira, em Marselha, no sul da França, escavadeiras invadiram o maior
acampamento de ciganos da cidade. Cerca de 400 pessoas viviam no local, segundo
associações caritativas da cidade. A destruição do local foi decidida pela
justiça há três meses.
As
famílias que viviam clandestinamente no bairro da Capelette já haviam se
retirado do local que ocupavam há um ano. A chegada dos tratores para derrubar
os alojamentos improvisados revoltou a Liga dos Direitos Humanos local. "Os poderes
públicos continuam a tratar o problema dos ciganos de forma violenta,
discriminatória e sem respeito aos direitos fundamentais", lamentou
Jean-Claude Aparicio, vice-presidente da Liga.
Para
as associações que se ocupam dos menos favorecidos, "os ciganos
desalojados vão engrossar a população de outros acampamentos selvagens de
Marselha, tornando suas condições de vida mais sórdidas ainda". A justiça
francesa havia ordenado em 31 de julho o esvaziamento do acampamento devido à
ocupação ilegal do terreno, dando um prazo de dois meses para a partida dos
ocupantes.
Ciganos na França
Cerca de 2.000 ciganos vivem no departamento Bouches-du-Rhône,
dos quais 1.500 em Marselha.
Calcula-se que 20 mil
ciganos vindos da Bulgária e da Romênia vivem atualmente em 400 acampamentos
espalhados pelo território francês. Segundo a ONG Anistia Internacional, a
minoria continua sendo vítima de expulsões que violam o direito internacional
em matéria de Direitos Humanos.